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domingo, 14 de junho de 2020

“RECEBESTE DE GRAÇA, DAI DE GRAÇA”
[Mateus 9,36 – 10,8]

Dar o que se recebeu…
Aqui está um desafio para concretizar na vida do ser discípulo… seguindo o caminho de Jesus… “lavou os pés”… saiu para o jardim das oliveiras… e mandou que também nós o fizéssemos… É assim que nos colocamos “em saída” para a encarnação do evangelho concretizando a evangelização segundo o exemplo de Jesus, isto é, ser discípulos… como o Mestre

Nesta semana iremos retomar pouco a pouco a visita às pequenas comunidades com a celebração da missa
15 jun - Vale da Mua 17h00
16 jun – Cardigos 10h00 (Promessa Roda / Casalinho)
17 jun - Cardigos 09h00 Adoração 09h30 (Missa)
18 jun - Envendos 17h00 Adoração 18h00 (Missa)
20 jun – QUEBRADA 19h00
21 jun - Domingo - SJMatas 09h15
- Vales 09h00 e Cardigos 10h30 (Diácono)
- Envendos 12h30
- Carvoeiro 15h00

Um domingo e uma semana a dar gratuitamente e sem fingimento, sem astúcia… mas deixando-nos transformar por Deus, como se pode ler na Catequese do Papa Francisco

AUDIÊNCIA GERAL
Biblioteca do Palácio Apostólico
Quarta-feira, 10 de junho de 2020
Catequese: 6. A oração de Jacob
Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Continuemos a nossa catequese sobre o tema da oração. O livro do Génesis, através das vicissitudes de homens e mulheres de tempos distantes, conta-nos histórias nas quais podemos refletir as nossas vidas. No ciclo dos patriarcas, encontramos também o de um homem que tinha feito da astúcia o seu melhor talento: Jacob. A narração bíblica conta-nos a difícil relação que Jacob teve com o seu irmão Esaú. Desde crianças, houve rivalidades entre eles, que nunca foram resolvidas. Jacob é o segundo filho, mas, com o engano, consegue obter de seu pai Isaac a bênção e o dom da primogenitura (cf. Gn 25, 19-34). É apenas a primeira de uma longa série de astúcias das quais este homem sem escrúpulos é capaz. Até o nome “Jacob” significa alguém que se move com astúcia.

Forçado a fugir para longe do seu irmão, ele parece ter sucesso em todos os empreendimentos da sua vida. É hábil nos negócios: enriquece muito, tornando-se o dono de um enorme rebanho. Com tenacidade e paciência consegue casar com a mais bela das filhas de Labão, pela qual estava verdadeiramente apaixonado. Jacob - diríamos com linguagem moderna - é um homem que “se fez sozinho”, com a sua perspicácia, com a astúcia, conseguiu conquistar tudo o que quis. Mas faltava-lhe alguma coisa. Faltava-lhe a relação viva com as próprias raízes.
E um dia sente saudades de casa, da sua antiga pátria, onde ainda vivia Esaú, o irmão com o qual sempre tivera péssimas relações. Jacob partiu e fez uma longa viagem com uma numerosa caravana de pessoas e animais, até chegar à última etapa, o rio Jaboq. Aqui o Livro do Génesis oferece-nos uma página memorável (cf. 32, 23-33). Diz-nos que o patriarca, depois de ter feito todo o seu povo e gado - que era tanto - atravessar o baixio, permanece sozinho na margem estrangeira. E pensa: o que o espera no dia seguinte? Qual será a atitude do seu irmão Esaú, ao qual roubara a primogenitura? A mente de Jacob é um turbilhão de pensamentos... E quando anoitece, de repente um  desconhecido apodera-se dele e começa a lutar contra ele. O Catecismo da Igreja Católica explica: «A tradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança» (CIC nº 2573).
Jacob lutou até ao romper da aurora, sem nunca se libertar das garras do seu adversário. No final, foi derrotado, atingido pelo seu rival no nervo ciático, ficando aleijado para o resto da vida. Esse misterioso lutador pergunta ao patriarca o seu nome, dizendo-lhe: «O teu nome não será mais Jacob, mas Israel; porque combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir!» (v. 29). Como se quisesse dizer: nunca serás o homem que caminha assim, mas direito. Muda-lhe o nome, muda-lhe a vida, muda-lhe a atitude: chamar-te-ás Israel. Então também Jacob pergunta: «Peço-te que me digas o teu nome». Ele não lho revela, mas em troca abençoa-o. E Jacob percebe que encontrou Deus “face a face” (cf. vv. 30-31).
Lutar com Deus: uma metáfora da oração. Outras vezes, Jacob tinha-se mostrado capaz de dialogar com Deus, de O sentir como uma presença amiga e próxima. Mas dessa noite, através de uma luta que durou muito tempo e que o viu quase sucumbir, o patriarca saiu transformado. Mudança do nome, mudança do modo de viver e mudança da personalidade: ele saiu transformado. Desta vez já não é dono da situação – a sua astúcia não serve -  já não é o estratega nem o homem calculista; Deus o reconduz à sua verdade de mortal que treme e tem medo, porque na luta Jacob sentiu medo. Pela primeira vez Jacob nada mais tem para apresentar a Deus a não ser a sua fragilidade e impotência, também os seus pecados. E é este Jacob que recebe a bênção de Deus, com a qual entra coxo na terra prometida: vulnerável, e vulnerado, mas com um coração novo. Certa vez  ouvi um idoso dizer - um bom homem, um bom cristão, mas um pecador que tinha tanta fé em Deus -: “Deus me ajudará; Ele não me deixará sozinho. Entrarei no paraíso a coxear, mas entrarei”. Anteriormente Jacob era um homem seguro de si; ele confiava na sua própria astúcia. Era um homem impermeável à graça, refratário à misericórdia; não sabia o que era a misericórdia. “Aqui sou eu que mando!” e  pensava que não precisava de misericórdia. Mas Deus salvou o que estava perdido. Ele o fez entender que era limitado, que era um pecador que precisava de misericórdia e salvou-o.
Todos nós temos um encontro marcado com Deus de noite, na noite da nossa vida, nas muitas noites da nossa vida: momentos escuros, momentos de pecado, momentos de desorientação. Há ali um encontro com Deus, sempre. Ele nos surpreenderá quando menos esperamos, quando nos encontramos verdadeiramente sozinhos. Nessa mesma noite, lutando contra o desconhecido, tomaremos consciência de que somos apenas pobres homens - ouso dizer “infelizes” - mas, precisamente nessa altura, quando nos sentirmos “pobres homens” não deveremos recear: porque, nesse preciso momento, Deus nos dará um novo nome, que contém o sentido de toda a nossa vida; Ele mudará os nossos corações e nos dará a bênção reservada para aqueles que se deixam transformar por Ele. Este é um bom convite para nos deixarmos transformar por Deus. Ele sabe como fazer, porque conhece cada um de nós. “Senhor, tu conheces-me”, todos nós o podemos dizer. “Senhor, tu conheces-me. Transforma-me”.

Saudações
Saúdo os ouvintes de língua portuguesa e convido-vos – na vigília da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – a olhar com confiança o vosso futuro em Deus, levando o fogo do seu amor ao mundo. Logo que vos seja possível, voltai à adoração e à comunhão do Corpo do Senhor na Missa de preceito. É a graça da Páscoa que frutifica na Eucaristia e que desejo abundante na vossa vida. Que Deus vos abençoe!



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