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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

«SEDE PERFEITOS,
COMO O VOSSO PAI CELESTE É PERFEITO».
[Mateus 5, 38-48]


Continuamos nesta semana com a chamada à Santidade e à Perfeição… hoje – Quarta Feira de Cinzas – ajudados com o início da Caminhada da Quaresma.
Começamos a sua vivência com o gesto simbólico das Cinzas que nos tornam presentes tantas “situações de cinzas” que nos chegam de sobressalto nos dias em que vivemos…
Vamos deixar que esse gesto simbólico possa atuar no íntimo do nosso coração… para o transformar em permanente ambiente de conversão u mudança
Pode ser ajuda a Mensagem para a “QUARESMA PROVISÓRIA PARA A PÁSCOA PERMANENTE” de Dom Antonino Dias Bispo de Portalegre – Castelo Branco, sobretudo com os 14 exercícios possíveis na caminhada quaresmal que nela se sugerem e que até se podem imprimir para os ter mais à mão

QUARESMA PROVISÓRIA
PARA PÁSCOA PERMANENTE
D. Antonino Dias
Diocese Portalegre-Castelo Branco
21-02-2020

Ao pensar a Quaresma importa que olhemos para a Páscoa. É o horizonte da caminhada que agora iniciamos. As metas e os objetivos definem, muitas vezes, a atitude, os itinerários, os meios e instrumentos, enfim a bagagem, que preparamos como necessária no momento de iniciar uma caminhada.
A Páscoa é o mistério central do Cristianismo e da vida da Igreja. Significa que, no âmago da fé cristã e da comunhão eclesial, está o mistério pascal, o mistério da morte e ressurreição de Cristo. E há razões muito fortes para isso. Esse é o momento que testemunha como Cristo levou à plenitude a revelação de Deus e a revelação do homem. O processo de Jesus, a sua autoentrega na Cruz e a sua morte por amor revelam o sentido de cada palavra e de cada gesto da sua vida pública e revelam o rosto da misericórdia de Deus para a humanidade. Presença divina e condição humana encontram-se, entrelaçam-se e a história ganha um sentido e um sabor diferentes. 
Assumindo-se como uma ânsia de harmonia e partindo da provisoriedade da sua condição, o homem encontra em Cristo a fonte eterna da bênção da sua vida. Por Cristo aprende a estar com Deus e a rezar; com Cristo aprende discernimento, comportamento e vocação; em Cristo descobre e purifica permanentemente a sua identidade. Sendo a plenitude da vida de Cristo e da revelação de Deus, a Páscoa é também a abertura e a oportunidade oferecidas ao homem para que encontre e realize em Deus e com os irmãos a plenitude da sua própria vida.
É por causa da Páscoa, portanto, que a Quaresma se assume como caminho. E caminho batismal. Os ainda não batizados preparam-se mais profundamente para o batismo e os batizados purificam e renovam as promessas do seu batismo. A verdade de Deus revelada em Jesus Cristo morto e ressuscitado não é algo que se apreenda e comece a viver sem o exercício de uma caminhada que pede conversão continuada e progressiva.
A autenticidade e a verdade, a caridade, o exercício da comunhão vivificante com Cristo, que traduzimos tradicionalmente nas atitudes de jejum, partilha e oração, são os grandes sinais da Quaresma. Não são mínimos legais, são ocasião de motivação pela experiência de quão perto de Deus e dos irmãos a lógica do dom, que é a linguagem da Cruz, nos coloca.
Esta Quaresma pode ser o tempo de, à imagem do Lázaro do Evangelho (Jo 11, 1 ss), ouvirmos a voz de Cristo que nos chama à vida e aos comportamentos próprios dos vivos.
Existem tantos exercícios possíveis na caminhada quaresmal e que, alcançados, nos farão saborear a Páscoa como ressuscitados com Cristo. Aponto alguns: 
1. O nosso dia, mais ou menos cedo, começa com o momento em que nos levantamos. E se, rezando, fizéssemos um propósito concreto, dando-lhe nome, para o vivermos ao longo do dia?
2. E se colocássemos no nosso local de trabalho um sinal: um símbolo, um Crucifixo, uma imagem, uma frase, etc., que, de forma imediata, nos lembrasse o caminho da Quaresma até à Páscoa?
3. E se conseguíssemos descobrir algo a que, de verdade, pudéssemos renunciar, fazendo desse ato um ato de verdadeiro amor a Deus, como, por exemplo, renunciar à maledicência tão comum e a fazer sofrer, renunciar a gastos supérfluos, renunciar a atitudes e gestos sobranceiros ou primários, renunciar a sentimentos de inveja, comparação, etc.?
4. E se procurássemos aprofundar, rezando e estudando, os conceitos e a realidade da vocação e da vida cristã comprometida?
5. E se procurássemos fazer a experiência de tentar encontrar em cada pessoa os aspetos mais positivos e de motivo de ação de graças?
6. E se fossemos capazes de identificar em nós e ultrapassar, de facto, as “menoridades” e “miudezas” dos ciúmes, das comparações, invejas, vanglórias e sarcasmos?
7. E se fomentássemos o respeito mútuo e recíproco nos relacionamentos e pelo trabalho uns dos outros e de todos?
8. E se nos empenhássemos na gratuidade das nossas ações, ao contrário de uma atitude permanente de cobrança ou de exigência de recompensa?
9. E se, serenamente, lêssemos os sinais que dizem respeito a cada um de nós e expressam o que estamos a viver e aquilo de que precisamos para nosso crescimento?
10. E se partilhássemos não só bens materiais, mas também tempo, qualidades e capacidades com quem precisa?
11. E se os nossos temas de conversa espontânea tivessem mais substância e fossem ocasião de participar coletivamente no bem comum?
12. E se tentássemos sempre melhorar a nossa participação na Eucaristia, seja na assiduidade, na vivência pessoal ou na participação comunitária?
13. E se redescobríssemos o valor e o benefício da leitura e reflexão da Palavra de Deus, da celebração do Sacramento da reconciliação ou da confissão como experiência de celebração do amor de Deus tão necessário em quem caminha para Deus?
14. E se conseguíssemos avaliar os nossos estilos pessoais de vida, isto é, os valores que pautam o nosso dia a dia e a sua unidade com a fé cristã e as práticas da Igreja, como o sentido de pobreza, de partilha, de respeito e cuidado pela criação, etc.?

Quaresma é um caminho de crescimento que nos permitirá viver a Páscoa mais intensamente. Para cada um de nós há uma terra prometida que é possível alcançar; há uma comunhão com Cristo ressuscitado que é possível realizar.

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Da Renúncia Quaresmal do ano passado resultaram 31.742,77 euros (trinta e um mil setecentos e quarenta e dois euros e setenta e sete cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se destinaram ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana (7.935,69 €), e 75% para as Missões “ad gentes” (23.807,08 €).

A Renúncia Quaresmal deste ano de 2020 será, de novo, para a Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo. Já em 2018 destinámos a Renúncia Quaresmal para a construção de um Centro de Acolhimento e Saúde nesta Diocese africana, vítima da guerra que deixou marcas irreparáveis e da qual temos dois Sacerdotes a trabalhar nesta nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco: um, em Nisa, outro, em Alcains.
Foi-nos apresentado um relatório minucioso sobre como foi gasta a partilha que lhe enviámos, bem como fotografias da obra. Por falta de verba, porém, a obra não foi concluída e foi-nos pedida uma nova ajuda.

Assim, será esta, de novo, a finalidade da nossa Renúncia Quaresmal. 

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