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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

«Vós sois a luz do mundo»

[Mateus 5,13-16]


Nesta semana vivemos o desafio a “SER LUZ…”

Hoje é dia de São Valentim – DIA DOS NAMORADOS, mesmo se a liturgia da Igreja católica celebra a Festa de São Cirilo e São Metódio, indicados pelo Papa São João Paulo II como Padroeiros da Europa, dizendo na altura que a Europa deveria respirar com dois pulmões o do Ocidente e o do Oriente.
Por isso, esta expressão “respirar com dois pulmões” também poderá ajudar os Namorados a viver este dia fazendo a experiência de aprender a caminhar “a dois”…

O Bispo de Portalegre Castelo Branco publicou na sua página de facebook, esta crónica semanal, antecipada um dia, que poderá ajudar os Namorados que tiverem coragem de a ler, nem que seja “em diagonal”…


Um dia feliz para todos os Namorados e também para todos


NAMORADOS INTERPELAM O PAPA



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Sim, já foi em tempos idos. O Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, respondeu a três perguntas que uns noivos lhe fizeram. Sei que o texto é um pouco longo. No entanto, porque vamos viver o dia de São Valentim, Dia dos Namorados, e só o lê quem quiser, vou arriscar, publicando, na íntegra, as perguntas que lhe fizeram e as respostas que Francisco deu. Há sempre jovens espiões do futuro que gostam de percorrer e consolidar caminhos que ajudem a construir e a solidificar a vida sobre a rocha firme. 
*

1ª PERGUNTA: O medo do «para sempre»
Santidade, hoje em dia numerosas pessoas pensam que prometer a fidelidade um ao outro para a vida inteira constitui um empreendimento demasiado difícil; muitos sentem que o desafio de viver juntos para sempre é bonito e até fascinante, mas demasiado exigente, praticamente impossível. Pedir-lhe-íamos uma palavra para nos iluminar a este propósito.

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Portanto, como se cura este medo do «para sempre»? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos noivos, o «para sempre» não é apenas um problema de duração! Um matrimónio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vo-lo vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos. Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje». Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje», porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente. E a oração: podemos fazer a prova para saber se sabemos recitá-la? «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje». Todos juntos! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Mais uma vez! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será «para sempre», ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades. Era precisamente isto que eu vos queria dizer, respondendo à vossa pergunta. Obrigado!

2ª PERGUNTA: Viver juntos: o «estilo» da vida matrimonial
Santidade, viver juntos todos os dias é bom, enche de alegria e ampara. No entanto, constitui u desafio que deve ser enfrentado. Cremos que é necessário aprender a amar-nos. Existe um «estilo» da vida de casal, uma espiritualidade da vida quotidiana que gostaríamos de aprender. Santo Padre, pode ajudar-nos nisto?

Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante. Ele não termina quando vos conquistastes um ao outro... Pelo contrário, é precisamente neste momento que ele tem início! Este caminho de cada dia possui regras que podem ser resumidas naquelas três palavras que tu disseste, palavras que eu já dirigi inúmeras vezes às famílias, e que vós já podeis aprender a utilizar entre vós: com licença, ou seja, «posso», como tu dissestes, e desculpa. 
«Posso, com licença?». É o pedido amável para poder entrar na vida de outra pessoa, com respeito e atenção. É necessário aprender a pedir: posso fazer isto? É do teu agrado, se fizermos assim, que tomemos esta iniciativa, que eduquemos os nossos filhos desta maneira? Gostarias de sair comigo esta noite?... Em síntese, pedir licença significa saber entrar com amabilidade na vida dos outros. Contudo, ouvi bem isto: saber entrar com amabilidade na vida dos outros. E não é fácil, isto não é fácil. Por vezes, recorremos a maneiras um pouco pesadas, como determinadas botas de montanha! O amor autêntico não se impõe com aspereza nem com agressividade. Nas chamadas Florinhas de são Francisco encontra-se a seguinte expressão: «Deves saber que a cortesia é uma das propriedades de Deus... e a cortesia é irmã da caridade, a qual extingue o ódio e conserva o amor!» (Cap. 37). Sim, a amabilidade conserva o amor. E hoje, no seio das nossas famílias, no nosso mundo muitas vezes violento e arrogante, há necessidade de muito mais amabilidade. E isto pode começar a partir de casa.
Resultado de imagem para NAMORADOS«Obrigado!». Parece fácil pronunciar esta palavra, mas sabemos que não é assim. No entanto, ela é importante! Nós ensinamo-la às crianças, mas depois nós mesmos a esquecemos! A gratidão é um sentimento importante: recordai-vos do Evangelho de Lucas? Certa vez, uma senhora idosa disse-me em Buenos Aires: «A gratidão é uma flor que cresce em terra nobre!». É necessária a nobreza da alma para que esta flor possa crescer. Recordais-vos do Evangelho de Lucas? Jesus cura dez doentes de lepra, e em seguida só um deles volta atrás para agradecer a Jesus. E o Senhor diz-lhe: e onde estão os outros nove? Isto é válido também para nós: sabemos agradecer? Nos nossos relacionamentos, e amanhã na nossa vida matrimonial, é importante manter viva a consciência de que a outra pessoa constitui uma dádiva de Deus, e aos dons de Deus é necessário dizer obrigado! Devemos sempre dar graças por eles. E nesta atitude interior é preciso dizer obrigado um ao outro, por todas as coisas. Não se trata de uma palavra amável para ser utilizada com os estranhos, para sermos educados. É necessário saber dizer obrigado um ao outro, para poder caminhar em frente, bem e juntos, na vida matrimonial.

A terceira palavra: «Desculpa». Na vida cometemos numerosos erros, enganamo-nos muitas vezes. E isto acontece com todos nós. Mas aqui está porventura presente alguém que nunca cometeu um erro? Se houver alguém assim, que levante a mão: uma pessoa que nunca cometeu erros? Todos nós os cometemos. Todos! Talvez não passe nem sequer um só dia sem que os cometamos. A Bíblia recorda que a pessoa mais justa comete sete pecados por dia. Por isso, todos nós cometemos erros... Eis, então, por que motivo é necessário utilizar esta palavra tão simples: «desculpa». Em geral, cada um de nós está pronto para acusar o nosso próximo, justificando-nos assim a nós mesmos. Isto teve início a partir do nosso pai Adão, quando Deus lhe perguntou: «Adão, comeste por acaso daquele fruto?». «Eu? Não! Foi ela que me mo deu!». Acusar o outro para não dizer «desculpa», «perdão». Trata-se de uma história antiga! É um instinto que se encontra na origem de muitas calamidades. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. «Desculpa, se hoje levantei a minha voz»; «desculpa, se passei sem cumprimentar»; «desculpa, se cheguei atrasado», «desculpa, se esta semana estive tão silencioso», «desculpa, se falei demais, sem nunca escutar»; «desculpa, se me esqueci»; «desculpa, se eu estava com raiva e te tratei mal». Cada dia podemos pedir muitas vezes «desculpa». É também deste modo que uma família cristã prospera. Todos nós sabemos que não existe uma família perfeita, ou um marido perfeito, ou uma esposa perfeita. Nem sequer falemos de uma sogra perfeita... Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: nunca devemos terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte ao nosso lar, à nossa família. É normal que os esposos discutam, há sempre algo sobre o que discutir. Talvez tenhais discutido entre vós, talvez tenha voado um prato, mas por favor, recordai-vos disto: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Nunca, nunca, nunca! Este é um segredo, um segredo para conservar o amor e fazer as pazes. Não é necessário fazer um bonito discurso. Por vezes é suficiente um simples gesto... e a paz volta a instaurar-se. Nunca deixeis que termine o dia... pois se tu permitires que termine o dia sem que as pazes se restabeleçam, aquilo que tens dentro de ti, no dia seguinte, será frio e empedernido, e assim será mais difícil fazer as pazes. Recordai bem: nunca termineis o dia sem fazer as pazes! Se aprendermos a pedir desculpa e a perdoar-nos reciprocamente, o matrimónio durará e irá em frente. Quando vêm às audiências ou às Santas Missas aqui em Santa Marta, casais idosos, que celebram as bodas de ouro, eu pergunto-lhes: «Quem suportou quem?». E isto é bonito! Todos olham uns para os outros, depois olham para mim e dizem-me: «Ambos!». E isto é bonito! Trata-se de um bonito testemunho!

3 ª PERGUNTA: O estilo da celebração do Matrimónio
Santidade, ao longo destes meses estamos a fazer muitos preparativos para as nossas núpcias. Pode dar-nos alguns conselhos para celebrar bem o nosso casamento?

No entanto, há algo do que tu disseste que desejo frisar imediatamente, porque não quero deixar passar. O matrimónio é também um trabalho para realizar em cada dia, poderia dizer um trabalho artesanal, uma obra de ourivesaria, uma vez que o marido tem a tarefa de fazer com a sua esposa seja mais mulher, e a esposa tem o dever de fazer que com que o marido seja mais homem. É preciso crescer também em humanidade, como homem e como mulher. É isto que deveis fazer entre vós. E isto chama-se crescer juntos. Isto não provém do ar! É o Senhor que o abençoa, mas deriva das vossas mãos, das vossas atitudes, do vosso estilo de vida, do modo como vos amais um ao outro. Deveis fazer-vos crescer um ao outro! Fazer com que o outro prospere sempre. Trabalhar para isto. E assim, sei lá, penso em ti que um dia caminharás pela rua da tua cidade e as pessoas dirão: «Mas olha como é bonita aquela mulher, como é exemplar! ...». «Com o marido que tem, compreende-se!». E também a ti: «Olha como ele é!». «Com a esposa que tem, compreende-se!». É isto, é preciso chegar a isto: fazer crescer um ao outro. E os filhos receberão esta herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se — reciprocamente — mais homem e mais mulher!”.

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Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-02-2020.





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