«JESUS, LEMBRA-TE DE MIM»
[Lucas 23,35-43]
Solenidade de Nosso senhor Jesus Cristo Rei do Universo, penúltimo
domingo do Tempo Comum
A passagem do evangelho é das mais características do Evangelista
São Lucas, assim comentada pelo Papa Francisco neste dia na Viagem Apostólica
ao Japão
«Jesus, lembra-Te de mim, quando estiveres no teu
Reino» (Lc 23, 42). No último
domingo do Ano Litúrgico, unimos as nossas vozes à do malfeitor que,
crucificado com Jesus, O reconheceu e proclamou rei. Lá, no momento menos triunfal
e glorioso, no meio dos gritos de zombaria e humilhação, aquele delinquente foi
capaz de levantar a voz e fazer a sua profissão de fé. São as últimas palavras
que Jesus escuta e, na sua resposta, temos as últimas palavras que Ele
pronuncia antes de Se entregar ao Pai: «Em verdade te digo [que] hoje estarás
comigo no Paraíso» (Lc 23, 43).
Por um instante, o passado tortuoso do ladrão parece ganhar um novo
significado: acompanhar de perto o suplício do Senhor; e este instante
limita-se a corroborar a vida do Senhor: oferecer sempre e por toda a parte a
salvação. Calvário, lugar de desatino e injustiça, onde impotência e
incompreensão aparecem acompanhadas pela murmuração bisbilhotada e cínica dos
zombadores de turno perante a morte do inocente, transforma-se, graças à
atitude do bom ladrão, numa palavra de esperança para toda a humanidade. As
zombarias gritando «salva-te a ti mesmo», dirigidas ao inocente sofredor, não
serão a última palavra; antes, suscitarão a voz daqueles que se deixam tocar o
coração, optando pela compaixão como verdadeiro modo de construir a história.
Aqui, hoje, queremos renovar a nossa fé e o nosso
compromisso. Como o bom ladrão, conhecemos bem a história dos nossos fracassos,
pecados e limitações, mas não queremos que seja isso a determinar ou definir o
nosso presente e futuro. Sabemos não serem poucas as vezes em que podemos cair
no clima indolente que leva a proferir o grito fácil e cínico «salva-te a ti
mesmo», e perder a memória do que significa carregar com o sofrimento de tantos
inocentes. Estas terras experimentaram, como poucas, a capacidade destrutiva a
que pode chegar o ser humano. Por isso, como o bom ladrão, queremos viver o
instante em que se possa erguer as nossas vozes e professar a nossa fé em
defesa e ao serviço do Senhor, o Inocente sofredor. Queremos acompanhar o seu
suplício, sustentar a sua solidão e abandono, e ouvir mais uma vez que a
salvação é a palavra que o Pai deseja oferecer a todos: «Hoje estarás comigo no
Paraíso». [http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2019/documents/papa-francesco_20191124_messa-nagasaki-omelia.html]
Esta é uma palavra
cheia de felicidade, pois tem em vista a felicidade eterna, prometida a quem
reconheceu a sua situação ‘desastrada’ ao longo da vida e suplicou “uma lembrança”
a um condenado como ele
Um dia feliz
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