«A PAZ
ESTEJA CONVOSCO»
RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO
PÃO
ACOLHER e DESCULPAR
Continuou hoje a
“peregrinação” pelas comunidades na 55ª Semana de Oração pelas Vocações,
preparando a Ordenação de Padre do Diácono Miguel Coelho, na Sé Catedral de
Portalegre, com a celebração da Missa seguida de Adoração, concretizando assim
a Palavra que nos propusemos viver durante a Semana: RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO PÃO
Hoje tivemos a participação de alunos que
chegaram da Escola e entraram na igreja onde já estávamos em Adoração.
Integraram-se e rezaram connosco
Por isso, aqui deixamos
este Testemunho Vocacional de uma jovem que ouviu o chamamento e disse Sim,
como Maria.
«Tudo porque toda!
"Eu vos conduzi durante
quarenta anos pelo deserto, mas as roupas que vestíeis não se gastaram, e o
calçado não se rompeu nos vossos pés." (Dt 29, 4)
Há palavras que conseguem
expressar toda a nossa vida...esta Palavra diz tudo sobre o modo como Deus me
conduziu ao longo de todo este tempo que me foi dado viver. E foram "quarenta
anos..."
Desde sempre que Deus tem um
projeto para mim...Ele escolheu-me! Mas foi-me mostrando essa
"escolha" pedaço a pedaço... foi-me mostrando peça por peça, em que
juntos, fomos construindo um puzzle que só se completará na eternidade.
Levou algum tempo (sim, os
quarenta anos...!) a encaixar a peça do SIM porque o tempo de Deus não é igual
ao nosso tempo.
Começando pelo início... uma
das "peças" que mais consolação me deu no tempo da infância era o
"gozo" de escutar o silêncio dentro da igreja...pequenita, eu entrava
e ali ficava sem perceber muito bem ainda a importância que mais tarde este
silêncio teria na minha vida.
Depois foram os grupos de
jovens na paróquia e a descoberta de um Deus que me ama sem reservas e que está
sempre à minha espera...Ele necessita do meu amor! Gosto de rezar as palavras
de Ermes Ronchi: "Não somos cristãos porque amamos Deus. Somos cristãos
porque acreditamos que Deus nos ama."
Foi num destes encontros de
jovens que pela primeira vez chegou até mim a palavra "contemplação"
através de um opúsculo da OIC (Ordem da Imaculada Conceição), que estava em
cima de uma cadeira...
Pela enfermagem sinto que o
Senhor me mostrou através das minhas mãos, boca, olhos...o que significa a
palavra compaixão pelo próximo.
E o silêncio continuava a dar
toques na minha caminhada... agora já como algo que preenchia cada vez mais o
meu interior. Foram horas as passadas junto do sacrário...eu e Ele, Ele e eu!
Depois veio o grupo de
oração... através da CVX (Comunidade de Vida Cristã) Santo Inácio ensinou-me a
rezar no quotidiano da minha vida. Levar a Palavra para a vida do dia-a-dia.
Até que um dia um sacerdote
me questionou: "Porque não agora?" Esta pergunta fez todo o sentido
nesse momento... agora vejo como todas as "peças" foram vividas sem a
roupa se gastar e sem o calçado se romper porque Deus me conduziu através do
deserto para o "deserto". Este "deserto" onde se vive uma
solidão habitada como refere Christophe Lebreton, monje trapista mártire:
"Deserto, aqui, onde forjas para nós a felicidade inaudita de sermos
Irmãos".
No dia 28 de setembro de 2016
transpus a porta da clausura do Mosteiro de Santa Beatriz da Silva, das Monjas
Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição, em Viseu.
Junto de Jesus no sacrário,
na solidão da cela, no silêncio do claustro a palavra de São Paulo faz-se
presente e vida: "Escondida com Cristo em Deus." Agora o silêncio
torna-se quietude porque é totalmente preenchido por Deus...é o Tudo porque
toda!
O cuidado que Deus tem tido
pela minha "roupa" fez-se mais uma vez presente no 1 de julho de 2017
em que teve lugar a cerimónia da "vestição" (tomada de hábito). Ao
tomar o hábito branco a Concepcionista "procura imitar a humildade e a
pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua bendita Mãe, amando a santa
pobreza, assim na vileza de suas vestes como no calçado e em todas as outras
coisas, para que mereça ser iluminada pelo Pai das luzes e perseverar até ao
fim." (Regra das Monjas da OIC)
Aqui sou feliz...uma vida de
entrega, exigente, com sacrifício mas plena de sentido! Termino com palavras de
Hadewijck d'Anvers, mística francesa do século XIII: "Os caminhos do Amor
são estranhos: sabe-o bem quem quer segui-los. Umas vezes humilhados, outras
exaltado, agora escondido, depois manifestado, para acabar por ser cumulado de
predileção. É preciso arriscar muitas aventuras antes de atingir o momento de
saborear a essência pura do Amor"
Irmã Maria Susana do
Preciosíssimo Sangue, oic (Castelo Branco)
Congregação: Monjas Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição
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