«A PAZ
ESTEJA CONVOSCO»
RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO
PÃO
ACOLHER e DESCULPAR
Continuou hoje a
“peregrinação” pelas comunidades na 55ª Semana de Oração pelas Vocações,
preparando a Ordenação de Padre do Diácono Miguel Coelho, na Sé catedral de
Portalegre, com a celebração da Missa seguida de Adoração, concretizando assim
a Palavra que nos propusemos viver durante a Semana: RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO PÃO
Durante a Oração, também foi utilizada a Pagela Com a Oração pelas Vocações distribuída nas Missas do passado domingo como ontem aqui se publicou
Hoje este testemunho
vocacional que poderá ajudar quem “tiver a paciência” de o ler
“Flashes” de um SIM iluminado por Maria e Jesus
Crucificado/Ressuscitado
Sou o Padre
António Assunção, sacerdote desde Setembro de 1976. Nasci numa família cristã
com oito irmãos. (Neste dia em que escrevo - 11 abril 2018 - o meu pai faria 98
anos)
O
meu primeiro SIM aconteceu quando recebi a Primeira Comunhão. A catequese
familiar incluía a oração diária, onde o sinal da cruz tinha um lugar especial
acompanhado, quando comecei a falar, pelas palavras “Em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo”. Um dia, o pároco perguntou-me: “Queres ir para o
seminário?” Respondi: “Não sei o que é isso”. Mais ainda, tinha uma má recordação,
pois no ano anterior um rapaz da minha terra tinha ido para o Seminário do
Gavião e tinha-se vindo embora antes do final do ano; eu não fui com ele devido
a uma doença, depois do exame da quarta classe. Só fui no ano seguinte, com uma
peripécia logo no primeiro dia, pois, chegado ao Seminário, tive de regressar
com os meus pais no mesmo dia, devido a atraso no correio que não chegara a
tempo de anunciar a mudança do dia de entrada. Começámos 43. Pela graça de
Deus, cheguei eu.
Na
caminhada de Seminário, as alegrias e dificuldades próprias de crianças e
adolescentes irrequietos, mas que desejavam encontrar a estrada da felicidade.
No meu 2º ano uma experiência marcante ligada a Fátima, onde já tinha ido
comungar na “peregrinação dos pescadores”, depois da Primeira Comunhão na
paróquia. Fardado de escuteiro, fui a Fátima com a minha avó paterna que, na
loja dos artigos religiosos, começou a pedir para comprar “um Senhor para o
menino”. Lembro-me bem do rosto do homem que acedeu ao insistente pedido e
pegou na quantia necessária para pagar o crucifixo que ainda hoje me acompanha.
Chegada a juventude e a hora da decisão no final do antigo 7º ano (hoje 12º),
surge-me a questão: “sair ou continuar?” Recordo que interiormente tinha e não
tinha razões para uma ou outra opção. Foi então que encontrei, numa feliz tarde
de domingo de maio, “Mês de Maria”, jovens do Movimento dos Focolares que
“respiravam” felicidade e me “atraíram” a fazer a experiência do evangelho
vivido e não apenas ficar no desejo de o conhecer… e também a canção “As
Pontes”: um desafio que também abracei e iluminou a passagem da dúvida à
certeza do SIM que com Maria voltei a dar.
Nesse
tempo, viviam-se as consequências do “Maio 68”, as desorientações do “pós
Vaticano II”, que levaram muitos a deixar a vida do ministério ordenado, e
chegaram os tempos agitados do “25 de abril”… Tudo isto a acompanhar a
caminhada luminosa da vida vivida ao modo do evangelho e a incerteza do SIM
para ser padre; estes factos levaram-me a chegar ao último ano do curso sem
confirmar a caminhada com algum “pequeno passo” com a celebração dos
Ministérios. Mesmo assim, tomei a decisão, e, em nove meses, tudo aconteceu: do
Ministério de Leitor à ordenação de Presbítero, no dia em que celebrava 25 anos
do Batismo. Costumo dizer que “nasci para o ministério” fruto de “uma gravidez
quase certinha”
Nesse dia, 29
de setembro (Dia de S. Miguel), um SIM especial. No retiro de preparação,
estavam os padres mais idosos da diocese e a ordenação fora marcada para um
desses dias (4ª Feira). Senti a angústia de não estar no lugar exato e na hora
certa e desejei não aparecer para a efeméride desejadíssima na diocese, pois
não havia ordenações ia para 5 anos. Eis que começam a chegar as pessoas e os
meus pais trazem um “molho” de cartas; dei uma vista de olhos por elas e abri
uma de Chiara Lubich, iniciadora dos Focolares, com esta mensagem luminosa “para um amor maior para com Deus e os
irmãos”: «Julguei não saber nada entre vós, senão Jesus Cristo e Jesus Cristo
Crucificado” (1 Cor 2,2). Esta Palavra foi de grande luz para o SIM que se
aproximava e então já desejava.
Esta Palavra
iluminou e ilumina a minha vida e a vivência do ministério, todas as vezes em
que fui e sou interpelado pelo Bispo Diocesano para servir a Igreja, aqui ou ali,
o que aconteceu ao logo de mais de quatro dezenas de anos, para servir em
comunhão com o presbitério, também em situações de especial tribulação
eclesial, onde, como dizia Santa Teresa do Menino Jesus, procurei e continuo a
procurar ser como ela: “Eu na Igreja de Deus serei o amor”.
Há alguns anos
bateu-me à porta a experiência da saúde mais débil. O estar de Maria junto à
cruz de Jesus, onde lhe é confiado o discípulo João como filho, tem-me dado
força para aprender a fazer menos e a procurar “ser mais”, vivendo como Maria o
sacerdócio mariano, isto é, ser para todos apenas o amor, especialmente junto
de quem mais manifesta um “rosto de Jesus Crucificado” para procurar ajudar a
chegar às “chagas de Jesus Ressuscitado”.
Foi me pedida
esta partilha para a 55ª Semana de Oração pelas Vocações 2018. Para mim foi
útil “reviver” para a escrever … Agora seja útil para quem tiver a paciência de
a ler.
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