blog grátis Bem hajam também pela visita

publicidade e propostas não são da nossa responsabilidade

terça-feira, 17 de abril de 2018

«A PAZ ESTEJA CONVOSCO»

 

RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO PÃO

ACOLHER e DESCULPAR

 

Continuou hoje a “peregrinação” pelas comunidades na 55ª Semana de Oração pelas Vocações, preparando a Ordenação de Padre do Diácono Miguel Coelho, na Sé catedral de Portalegre, com a celebração da Missa seguida de Adoração, concretizando assim a Palavra que nos propusemos viver durante a Semana: RECONHECERAM JESUS AO PARTIR DO PÃO

 

Durante a Oração, também foi utilizada a Pagela Com a Oração pelas Vocações distribuída nas Missas do passado domingo como ontem aqui se publicou


Hoje este testemunho vocacional que poderá ajudar quem “tiver a paciência” de o ler

 

“Flashes” de um SIM iluminado por Maria e Jesus Crucificado/Ressuscitado


            Sou o Padre António Assunção, sacerdote desde Setembro de 1976. Nasci numa família cristã com oito irmãos. (Neste dia em que escrevo - 11 abril 2018 - o meu pai faria 98 anos)
            O meu primeiro SIM aconteceu quando recebi a Primeira Comunhão. A catequese familiar incluía a oração diária, onde o sinal da cruz tinha um lugar especial acompanhado, quando comecei a falar, pelas palavras “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Um dia, o pároco perguntou-me: “Queres ir para o seminário?” Respondi: “Não sei o que é isso”. Mais ainda, tinha uma má recordação, pois no ano anterior um rapaz da minha terra tinha ido para o Seminário do Gavião e tinha-se vindo embora antes do final do ano; eu não fui com ele devido a uma doença, depois do exame da quarta classe. Só fui no ano seguinte, com uma peripécia logo no primeiro dia, pois, chegado ao Seminário, tive de regressar com os meus pais no mesmo dia, devido a atraso no correio que não chegara a tempo de anunciar a mudança do dia de entrada. Começámos 43. Pela graça de Deus, cheguei eu.
            Na caminhada de Seminário, as alegrias e dificuldades próprias de crianças e adolescentes irrequietos, mas que desejavam encontrar a estrada da felicidade. No meu 2º ano uma experiência marcante ligada a Fátima, onde já tinha ido comungar na “peregrinação dos pescadores”, depois da Primeira Comunhão na paróquia. Fardado de escuteiro, fui a Fátima com a minha avó paterna que, na loja dos artigos religiosos, começou a pedir para comprar “um Senhor para o menino”. Lembro-me bem do rosto do homem que acedeu ao insistente pedido e pegou na quantia necessária para pagar o crucifixo que ainda hoje me acompanha. Chegada a juventude e a hora da decisão no final do antigo 7º ano (hoje 12º), surge-me a questão: “sair ou continuar?” Recordo que interiormente tinha e não tinha razões para uma ou outra opção. Foi então que encontrei, numa feliz tarde de domingo de maio, “Mês de Maria”, jovens do Movimento dos Focolares que “respiravam” felicidade e me “atraíram” a fazer a experiência do evangelho vivido e não apenas ficar no desejo de o conhecer… e também a canção “As Pontes”: um desafio que também abracei e iluminou a passagem da dúvida à certeza do SIM que com Maria voltei a dar.
         
   Nesse tempo, viviam-se as consequências do “Maio 68”, as desorientações do “pós Vaticano II”, que levaram muitos a deixar a vida do ministério ordenado, e chegaram os tempos agitados do “25 de abril”… Tudo isto a acompanhar a caminhada luminosa da vida vivida ao modo do evangelho e a incerteza do SIM para ser padre; estes factos levaram-me a chegar ao último ano do curso sem confirmar a caminhada com algum “pequeno passo” com a celebração dos Ministérios. Mesmo assim, tomei a decisão, e, em nove meses, tudo aconteceu: do Ministério de Leitor à ordenação de Presbítero, no dia em que celebrava 25 anos do Batismo. Costumo dizer que “nasci para o ministério” fruto de “uma gravidez quase certinha”
Nesse dia, 29 de setembro (Dia de S. Miguel), um SIM especial. No retiro de preparação, estavam os padres mais idosos da diocese e a ordenação fora marcada para um desses dias (4ª Feira). Senti a angústia de não estar no lugar exato e na hora certa e desejei não aparecer para a efeméride desejadíssima na diocese, pois não havia ordenações ia para 5 anos. Eis que começam a chegar as pessoas e os meus pais trazem um “molho” de cartas; dei uma vista de olhos por elas e abri uma de Chiara Lubich, iniciadora dos Focolares, com esta mensagem luminosa “para um amor maior para com Deus e os irmãos”: «Julguei não saber nada entre vós, senão Jesus Cristo e Jesus Cristo Crucificado” (1 Cor 2,2). Esta Palavra foi de grande luz para o SIM que se aproximava e então já desejava.
Esta Palavra iluminou e ilumina a minha vida e a vivência do ministério, todas as vezes em que fui e sou interpelado pelo Bispo Diocesano para servir a Igreja, aqui ou ali, o que aconteceu ao logo de mais de quatro dezenas de anos, para servir em comunhão com o presbitério, também em situações de especial tribulação eclesial, onde, como dizia Santa Teresa do Menino Jesus, procurei e continuo a procurar ser como ela: “Eu na Igreja de Deus serei o amor”.
Há alguns anos bateu-me à porta a experiência da saúde mais débil. O estar de Maria junto à cruz de Jesus, onde lhe é confiado o discípulo João como filho, tem-me dado força para aprender a fazer menos e a procurar “ser mais”, vivendo como Maria o sacerdócio mariano, isto é, ser para todos apenas o amor, especialmente junto de quem mais manifesta um “rosto de Jesus Crucificado” para procurar ajudar a chegar às “chagas de Jesus Ressuscitado”.
Foi me pedida esta partilha para a 55ª Semana de Oração pelas Vocações 2018. Para mim foi útil “reviver” para a escrever … Agora seja útil para quem tiver a paciência de a ler.
“Senhor, dai-nos muitas e santas Vocações”.

Continuação de um dia feliz

 

 


 

Sem comentários:

Enviar um comentário