SÃO SILVESTRE ainda
uma oportunidade
Chegou o
último dia de 2017. E no último dia pode ganhar-se a corrida da santidade,
olhando para a Sagrada Família, pois é dia de São Silvestre.
E também,
este ano, Domingo dentro da Oitava de Natal e Festa da SAGRADA FAMÍLIA DE
JESUS, MARIA E JOSÉ
É
portanto ocasião de olhar para esta família como nos convida o Bispo da Diocese
de Portalegre – Castelo Branco na sua página do Facebook e que aqui
reproduzimos com a devida vénia:
«FAMÍLIAS
NA “UNIVERSIDADE” DE NAZARÉ
A liturgia da Igreja faz memória do
Mistério Pascal de Cristo. Ao longo do ano, leva-nos também a fazer um percurso
pedagógico de vida cristã e a viver acontecimentos e momentos fortes e
estimulantes. Desta vez, porém, convida-nos a celebrar a Festa da Sagrada
Família de Nazaré. Nela e por ela, tornamos presente as nossas famílias,
trazemos à reflexão a beleza do matrimónio cristão e quão importante se torna a
qualidade de vida das famílias cristãs, qualidade que a sociedade reclama e a
fidelidade a Cristo não dispensa.
Embora nos pareça que, por vezes, neste
campo, as Nações Unidas também dão uma no cravo e outra na ferradura, no
entanto, elas reconhecem “a importância da família na estrutura do núcleo
familiar e o seu relevo na base da educação infantil”. Têm ajudado a “reforçar
a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom
relacionamento de todos os elementos que compõem a família”. Têm chamado a
atenção da população “para a importância da família como núcleo vital da
sociedade e para os seus direitos e responsabilidades”. E, entre outras
preocupações, não se têm dispensado de “sensibilizar e promover o conhecimento
relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a
família”. Também a Carta dos Direitos da Família a tem como núcleo natural e
fundamental da sociedade e do Estado, devendo ser reconhecida e protegida. Ela
existe antes do Estado e o Estado existe para a defender e promover na sua
dignidade e não para a ferir ou destruir. Tudo quanto possa destruir a
dignidade da pessoa e da família não vem por bem. Sendo o lugar primário da
humanização da pessoa e da sociedade, sendo a primeira sociedade natural, a
família constitui-se como protótipo de todo o ordenamento social (CDSocial da
Igreja, 221). Aí, o trabalho estável e o salário justo constituem o fundamento
sobre o qual se edifica e garante a dignidade da pessoa e da família, se
proporciona a festa, a educação, a cultura e o exercício da cidadania na
construção do bem comum. Tendo criado o ser humano, homem e mulher, Deus
instituiu o matrimónio como sólido fundamento da família e abençoou o casal
para que fosse fecundo e se multiplicasse. Por isso, “o homem deixará o seu pai
e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne” (Gn 2,24). Se
esta união foi prejudicada pelo pecado que sempre fez e faz endurecer o coração
das pessoas, sabemos que pela redenção e reconciliação do mundo operada por
Jesus, o matrimónio e a família foram reconduzidos à sua forma original, foram
restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério donde provém todo o
verdadeiro amor. Como afirma o Papa Francisco, “não apenas o homem em si mesmo
é imagem de Deus, não só a mulher em si mesma é imagem de Deus, mas também o
homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus. A diferença entre homem e
mulher não é para a contraposição, nem para a subordinação, mas para a comunhão
e a geração, sempre à imagem e semelhança de Deus” (15/4/15). É uma união tão
forte que a Sagrada Escritura diz que os dois serão “uma só carne”, uma só
existência.
A Igreja acredita e ensina que a família
não é uma instituição puramente humana. Sabe que o matrimónio foi elevado por
Cristo à dignidade de sacramento e que a família não é “um ideal abstrato”, mas
uma “tarefa artesanal”, um “caminho dinâmico de crescimento e realização”
(AL37), realidade que tantas famílias, apesar dos caprichos da vida, sabem
testemunhar com alegria e esperança. Compreendendo, embora, e acompanhando com
atenção e solicitude as falências matrimoniais e o enorme sofrimento que elas
causam às partes envolvidas, a Igreja jamais deixou, jamais deixará de anunciar
a Boa Nova do matrimónio e da família como comunidade de vida e de amor,
propondo-os nos seus elementos essenciais, não como um ideal para poucos, mas
como uma realidade que, na graça de Cristo, pode ser vivida por todos os fiéis
batizados, como ensina Francisco. Também reconhece facilmente a presença das
“sementes do Verbo” no verdadeiro matrimónio natural e nas formas matrimoniais
de outras tradições religiosas. Olha com muita atenção outras uniões, uniões
entre homem e mulher, uniões que podem ser uma oportunidade para fazer caminho
e alcançar um bem maior. São uniões que nada têm a ver com aquelas que, embora
respeitemos, são, logo à partida, constituídas por interesses díspares, quase
sempre a prazo, relativizadas e privatizadas, reivindicando direitos,
rejeitando deveres. Ou aquelas outras, entre pessoas do mesmo sexo, as quais,
mesmo não tendo qualquer alcance para o bem comum, têm a proteção do Estado e
das leis, leis eivadas pela ditadura da ideologia do género e pela
subserviência oportunista ao princípio da tolerância e da não discriminação,
como se disso se tratasse. Avanço civilizacional, disseram e dizem eles!...
Avanço civilizacional tão clarinho como um mestiço, diria, talvez, Camilo
Castelo Branco.
Família é família, e ponto!
A Igreja, mesmo que discorde disto ou
daquilo, acolhe e procura acompanhar, com atenção e respeito, sem moralismos
descabidos, cada uma e todas as pessoas que o desejem, mas não pode aceitar
tudo, até pelo dever de caridade que tem para com elas. E embora, ao longo da
história, não esteja isenta de erros, a sua experiência de dois mil anos
tem-lhe dado a humildade e a capacidade necessárias para acompanhar as mudanças
culturais e os solavancos da história, e, na escuta do Espírito que nela atua,
fazer o seu discernimento sem grandes sobressaltos e sem fugir às questões,
sabendo, no entanto, que não é tudo igual a tudo. Ela defende, anuncia e
propõe, como modelo de família, a comunidade de vida e de amor, constituída,
livre e vocacionalmente, por um homem e uma mulher, de forma estável e
indissolúvel, aberta aos filhos que embora não sejam sua propriedade são o mais
excelente dom do seu amor. Assim constituída, a família torna-se fonte de
equilíbrio social, de estabilidade e de esperança, para crentes e não crentes,
pelo que, para nós, continua a ser importante “atingir e modificar pela força
do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de
interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida
da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o
desígnio da salvação” (EN19).
Que a Sagrada Família de Nazaré nos faça
entender a todos a beleza e a importância da família na construção dum mundo
mais terno e saudável, mais alegre e feliz, em paz.
Antonino Dias
29-12-2017»
Também o
Secretariado Diocesano da Família da mesma Diocese divulgou uma pagela - AQUI - com
Oração e Anùncio da XIII JORNADA DIOCESANA DA FAMÍLIA no Cine Teatro São Pedro
– Abrantes, em 27 janeiro 2018 - AQUI -
Um domingo feliz para a tua família
e um ANO NOVO DE 2018 cheio de Alegria e de Paz
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